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segunda-feira, 19 de março de 2012

Rock Around the Clock, pioneiro no conceito "Rock Movie"

Por Luiz Domingues
Quando o filme "The Wild One" (O Selvagem), com Marlon Brando e Lee Marvin foi lançado em 1951 (sob a direção de Laslo Benedek), havia um sinal claro que algo novo estava no ar.
 
Tanto é assim, que um aviso foi dado numa locução em off, alertando os "pais e responsáveis", que um perigo de ordem social incalculável assolava a América : Gangs de jovens arruaceiros, pilotando motocicletas e desobediência civil à vista...
 
Tinha um toque de filosofia beat, mas não era um road movie explícitamente da beat generation e tampouco tinha o conceito de Rock, pois isso ainda nem existia formalmente.
 
Depois veio "Blackboard Jungle" em 1955, ainda mais assustador e o Rock como estilo musical ainda engatinhando, ganhou espaço, com a inclusão da música "Rock Around the Clock", de Bill Halley and his Comets na trilha.
 
Foi um estouro e daí motivaram-se a lançar o filme "Rock Around the Clock", para começar a explorar esse crescente novo filão da música como elemento agregado à ideia de juventude.
 
O filme em si não é nenhum primor. Com roteiro quase nulo, conta a estória de um produtor musical que descobre um conjunto promissor e seus esforços para catapultá-lo ao sucesso.
 
O conjunto é o próprio Bill Halley and His Comets e outros grandes nomes da cena cinquentista participam, como o lendário radialista Allan Freed, The Platters, Ernie Freeman Combo, Tony Martinez and His Mambo e Freddie Bell and His Bellboys.
 
Com baixo orçamento de padrão B-Movie, o filme é simples em todos os quesitos técnicos, mas é um grande marco para essa bela vertente que inaugurou, associando o cinema ao Rock.
 
O filme causou frisson no mundo inteiro, havendo relatos de cadeiras quebradas em cinemas, não por truculência, mas simplesmente pelo fato das pessoas não aguentarem assistir sentadas e se pondo a dançar sobre elas.
 
Visto hoje em dia, quase 60 anos depois, parece inacreditável que um filme tão ingênuo possa ter provocado esse frenesi, mas isso dá a dimensão exata de quantos paradigmas comportamentais mudaram nesse período e por conseguinte, dá para imaginar a libido daquela garotada extravasando em meio à uma sensação de liberdade, naquele mundo formal e austero pré-contracultura.
Garotada aliás, que hoje é septua-octagenária, sem dúvida.
 
Com essa explosão do filme e a crescente explosão radiofônica de vários artistas geniais, o Rock and Roll cinquentista firmou-se e alicerçou as bases para se tornar uma instituição sólida.


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2 comentários:

  1. Legal o seu texto Luiz,eu curto muito o rock anos 50's desde a minha infância,eu tinha um disco da K-TEL com as 50 melhores,tinha umas bolinhas com as caras dos artistas rsrs...foi bom relembrar,eu achei um video com o treiler do filme http://youtu.be/OS6jrs7LE3E abraços!

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  2. Muito legal, Kim !

    Essa lembrança da gravadora K-Tel foi demais !! Não me lembro se era um selo que pertencia à Copacabana ou à RGE. Mas lançou muita coisa no mercado !

    Que legal o trailler ! Vale para se ter uma ideia de como o filme foi importante à época.

    Valeu !!

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