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terça-feira, 11 de outubro de 2011

SUNSET STRIP - UM DIA INTENSO **


                                Por Luiz Domingues - músico
Um dia em Los Angeles no ano de 1972, com muitas coisas acontecendo simultaneamente e entrelaçadas por um mesmo sonho. Esse é o mote do filme "Sunset Strip", do diretor Adam Collis, lançado em 2000.

São várias situações aparentemente díspares entre si, mas entrelaçadas pelo sonho do Rock.

Zach (interpretado por Nick Stahl), é um jovem guitarrista que sonha com o estrelato, enquanto sobrevive de subempregos. Na base do esforço e tenacidade, consegue que sua desconhecida banda abra o show de um astro do Rock britânico, chamado Duncan (Interpretado por Tommy Flanagan ).
                                                     

Duncan é um artista "cool" e tem uma veia performática que gira entre David Bowie, Jim Morrison e Peter Gabriel. Ele tem seu público fanático e muito exigente.

Duncan tem um affair rápido com a estilista Tammy Franklin (interpretada por Anna Friel), que é dona de uma confecção onde costuma vestir astros do Rock americano, como Glen Walker (Jared Leto), famoso na cena do Country-Rock e com quem mantém um affair, também.

Apaixonado pela estilista, o fotógrafo de moda Michael Scott (Interpretado por Simon Baker), acompanha todo esse vai-e-vem de Rockers no atelier dela e tenta ajudar um amigo compositor, Felix (Interpretado por Rory Cockrane), que é depressivo e se afoga no álcool e nas drogas.

Outro amigo, é o empresário artístico Marty Shapiro (Adam Goldberg), que empresaria bandas de Soul/Funk/R'n'B. Completamente doido e falante, traz momentos cômicos ao filme.
Tudo acontece no espaço de 24 h de um dia em 1972.

Zach e sua banda vão abrir o grande astro britânico Duncan no Whisky a Go Go, a casa de shows tradicional na vida real.

Confusões as mais diversas acontecem durante todo o dia. Zach é paquerado por uma bela mulher e aceitando o convite de entrar no seu carro, vai parar numa mansão e descobre que o namorado dela é uma estrela temperamental da música folk, que o expulsa a tiros (menção à Mr. Zimmerman ?).

No atelier de Tammy, a temperatura sobe nos provadores de roupas a cada instante.

Duncan aparece com sua entourage, ostentando seu temperamento de estrela e o fotógrafo Michael Scott fica dividido entre se aproximar de Tammy, tentar ajudar seu amigo Felix e aguentar o empresário falastrão, Shapiro.

Mas o mote principal dessa balbúrdia é o jovem guitarrista Zach e seu sonho. Empunhando sua Fender Stratocaster, toca na varanda de sua casa e sempre ouve outro misterioso guitarrista tocando na vizinhança. Percebe que ele o provoca a fazer duelos guitarrísticos, mas não consegue identificar de onde ele está tocando.

Chega o momento do grande show de abertura e tudo dá errado. O som está uma droga, o público só quer saber do show do grande Duncan e o dono do Whisky a Go Go escurraça a banda do palco.

Duncan entra em cena e faz seu Art-Rock, para delírio de seus catatônicos fãs.

Scott acaba se acertando com Tammy. Felix desiste do suicídio romântico e Glen Walker tem uma epifania sobre o novo rumo que sua carreira vai ter.

Frustrado, Zach volta para a casa e mente ao seu vizinho, um simpático senhor idoso que fôra músico nas décadas de quarenta e cinquenta, dizendo-lhe ter dado tudo certo e que um grande contrato lhe foi oferecido.

Esse é um momento pungente do filme, pois firma a questão do músico em torno de seu sonho de sucesso, na forma dessa sinergia entre dois músicos divididos por gerações diferentes, porém unidos pelo mesmo sonho.

Finalizando, Zach vai à uma lanchonete e após sair dela, ouve o misterioso som de uma guitarra ecoando num beco.

Bingo...é seu vizinho guitarrista que toca o lindo tema que sempre ouve na sua varanda (Cannyon Song, música da The Band).

Ao se aproximar, percebe que o garçom da lanchonete é o guitarrista em questão.

Essa cena final é emblemática, pois sem pronunciar nenhuma palavra, ambos se entendem conversando com suas guitarras. É bonito vê-los tocando em duo, com os olhos brilhando e a certeza final : No Rock, o sonho nunca acaba...

Trecho do filme no Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=dgjco0iE5jU\



                                 Luiz Domingues - o autor do texto - Contra-baixo, na banda Kim Kehl e os Kurandeiros

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4 comentários:

  1. muito bom o seu texto Luiz,ainda não conhecia o filme,fiquei na curiosidade :) otima dica, abraço!

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    1. Outro bom filme sobre o Rock setentista. Recomendo que o veja, Kim !

      Abraço !

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  2. Pelas suas escritas Luiz, parece mesmo legal o filme... eu tbm ainda não o conhecia...
    ..uma estoria bem criada pq ñ foca somente em um personagem..tbm mostra a realida dificil no
    mundo da música realidade mtas vezes triste de quem tenta se firmar os q tem o sonho..gostei
    do final, apesar de ter só lido por enquanto ^^ final que foge das mesmices dos finais felizes dos filmes..

    valeu pela dica Luiz... grande abraço!

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    1. Exatamente,Leila !!

      É a estória da perseguição de um sonho, com seus percalços, confronto com a dura realidade, frustrações e redenção.

      Obrigado por ler e comentar !

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