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domingo, 15 de maio de 2011

...........MEUS 8 ANOS......*****

Lembro que na minha escola, havia na parede um grande quadro, com a foto e a poesia de Casimiro de Abreu.
Líamos, decoramos, mas não dávamos muita importância.
Agora....com o passar dos anos...vemos o quão verdadeira e linda ela é..

 "MEUS 8 ANOS"
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
 

   

3 comentários:

  1. Verdade, ao menos para muitas gerações de mourâoenses de sorte.
    Estava escrita numa das paredes internas do Grupo Escolar Mal. Rondon - ao lado da cantina. Eu a lia todos os dias de aula, de 1968 até 1971. Da última vez que visitei o Grupo, em 1989, ainda estava visível. Um pouco desbotada, mas estava lá.
    A sorte é ter estudado lá.

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  2. Rapaz! Muitas saudades. Estava lá ainda, em 1989, numa das paredes do Marechal Rondon. Nós formávamos fila, no início da aula e depois do recreio, na frente do quadro aonde ela estava escrita. Eu a lia e não dava muita importância. Como passou rápido. Dona Leoni, Dona Verony, Dona Terezinha Fernandes. Os meus amigos. Meus bons amigos. Cadê vocês?

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  3. Em 1996 ainda estava lá, na mesma parede. Engraçado que aprendi a gostar desse poema depois que saí de daquele colégio. Parece que agora faz mais sentido. Saudades do Mal. Rondon. Saudades dos meus 16 anos, rs.

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